domingo, 23 de novembro de 2008

22/11/2008 - Velejaço Integração p/ Itapuã

Amigos, muito legal a regata de ontem para o Clube Náutico Itapuã, onde tivemos a presença de 5 Delta 36 na raia. Minhas saudações especiais ao pessoal do Bacana, Oceanics, Molokai (solitário!) e Auguri, demos todos uma baita velejada em um dia que amanheceu bobo, com uma chuvinha chata, mas com um vento que superou em muito as previsões e deu certamente muito trabalho a todo o pessoal que estava na água (teve até Soling afundado - literalmente).

Tripulação com este comandante, Wally, Ferrugem, Capucha, Yan, Barba Ruiva e o Edu Falcetta, este último o nosso recruta da turma, na sua primeira navegada para além da Chico Manoel.

Briga dura com o Bacana
Largamos todos (10:07) já com E-SE, que foi crescendo de intensidade ao longo do caminho. Já na saída o Bacana pegou a nossa proa e foi uma dureza alcançar os caras. Meus cumprimentos à tripulação e em especial à timoneira, que levou super bem (certamente deve ter a manha dos monotipos). Ficamos vendo a popa do Bacana a uma distância de poucos barcos, desde a largada até depois da Chico, o que mostra que os barcos andam realmente muito igual. Só depois, quando o vento apertou bem forte, com rajadas de mais de 30kts, é que conseguimos sair por sotavento e velejar um pouquinho melhor, mas que dureza! Nesta fase final colocamos a trinqueta (G3) no estai volante além da grande rizada, para "brigar" menos com o barco e navegar mais suave. Chegamos a media 38k no anemômetro, a coisa pegou feio mesmo.

Assoreamento no CNI
Chegamos ao lado do mangrulho do CNI pontualmente às 13:45, dando algumas encostadas no chão e já saindo rápido para não ficarmos presos por lá mesmo. Bem ao lado do mangrulho tem uma árvore grande encalhada com a galhada para fora (ou seria alguém mergulhando??), de forma que não achei a vizinhança muito amigável. Lamento apenas que não tinha ninguém para nos dar a chegada, sendo que um simples bote inflável com um vivente dentro e um apito já quebrava o galho (não o encalhado!). De qualquer forma está complicada a questão do assoreamento por lá, mas eles estão trabalhando nisso. Na última quinta mandei uma contribuição para o diesel da draga do CNI (ver http://www.clubenauticoitapua.com.br), espero poder visitá-los e entrar no clube em outra ocasião.

Surfando na onda
A volta foi simplesmente espetacular, apesar do vento e chuva, com asa de pomba na mesma trinqueta e 1°rizo na grande, surfando descidas de onda a mais de 9kts, entre bons pedaços de maminha e picanha que estavam no forno, além da cervejinha amiga. Para não dizerem que é papo de pescador segue abaixo a imagem do nosso track, com destaque para o track properties indicando 10kt naquele ponto, além dos vídeos mais abaixo. A foto do início deste post também não nos deixa mentir sozinhos.

Abraço a todos e espero vê-los no Aniversário do Janga.

Fred


Vai que é um Dodge...

Diversão na surfada...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

02/11/2008 - O Caminho das Pedras

O Caminho das Pedras - Bombando adrenalina no Guaíba
Por Danilo Chagas Ribeiro (www.popa.com.br)

Com o Rio Guaíba alto, o Comandante Frederico Roth decidiu conduzir o veleiro Friday Night (VDS) por fora do canal de navegação do Cristal, durante um velejaço realizado no domingo passado. "Só topei porque a água estava muito, muito alta mesmo. E como era popa rasa total, nada de muita velocidade", conta o Comandante Fred Night, no leme na foto ao lado.
A façanha foi inspirada no
track publicado pelo Comandante Plinio Fasolo recentemente, com pontos de passagem entre as Pedras do Cristal e a costa leste do Guaíba, junto ao estádio Beira-Rio, uma rota raramente navegada. "Afastamos bem das pedras. Na pior hipótese teria algum banco, que devagarinho não tem grande rolo".

Ao descer o rio no contravento, o comandante Roth optou pelo canal de navegação, buscando a zona de maior corrente (observe os bordos no track abaixo, com ventos de 8 a 14 nós, de 160 a 180º). Mas na volta, subindo o rio, Fred resolveu bombar adrenalina na tripulação, optando por caminho de menor corrente. Segundo o comandante, por uns 5 minutos sobrou apenas 0,20m de água sob a quilha do veleiro empopado em um estreito corredor. Foi uma eternidade nessas condições.

Dentre os 11 barcos que participaram do velejaço, outros dois, o Alegria (ao fundo na foto acima) e o Aquário, seguiram a mesma rota do Friday Night. "Na verdade eu não bombei a tripulação, quem deu bomba mesmo foi o tripulante Ferrugem. Eu estava reticente e apenas fui imbecil o suficiente para topar e seguir a recomendação do ilustre inútil de bordo".
"O que não faz a água alta... Tantas emoções... Certamente não vou repetir, a menos que estejamos com o trapiche debaixo d'água", concluiu o comandante Frederico Roth.

Fotos e montagem: Cássio Ostermayer
PS do Comandante Polvo: vejam aqui o vídeo "animado" preparado pelo nosso cinegrafista de bordo, Tio Cacá (Cassio Ostermayer), com detalhes da regata, da tática e da celebração:

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

28/09/2008 - Domingão Básico

O bom desse negócio de morar perto é que a gente pode sair para velejar simplesmente porque deu na telha, sem grandes programações, despretenciosamente mesmo. Às vezes lembro dos nossos bons amigos velejadores de SP, que têm que viajar algumas longas horas até os seus barcos em Parati. Dureza...

Essa foi a tarde de nosso domingão, típico de primavera, com bom vento sul que já rondou para leste no final da tarde, entrando forte entre 20-25K.

Saímos eu, o amigo Barba Ruiva e o Rafa, essa fera aí da foto acima, que está começando a perder o medo quando o barco "inclina". Subimos o Jacuí até as proximidades da ponte, retornando já no través com o lestão, para o qual nos preparamos devidamente com a G3 trinqueta e o primeiro rizo na grande.

E assim são vários dos nossos domingões, not bad at all...


domingo, 21 de setembro de 2008

20/09/2008 - Velejaço Farroupilha 2008

Mais um Velejaço Farroupilha, que é a versão para barcos não medidos do tradicional Troféu Seival.

Estamos com a tripulação deste comandante, Ferrugem, Beto Trein, Jorge-Psiquiatra de Bordo, Luizinho Ungaretti e, last but not least, nosso mestre cuca, cinegrafista e velejador nas horas vagas, Tio Cacá (Cassio Ostermayer).

Largamos do cais do porto com uma merreca chatinha da estranha direção N-NW, portanto de ângulo folgado e gennaker armado como balão, com vários jaibes ao longo do caminho. Tempo nublado com nuvens bem carregadas, prometendo chuva para qualquer momento.

Foto de Simone Rosa, da varanda de casa
Precisamos de um balão!
Na briga pelo pelotão da frente estávamos nós, o D36 Alegria do Com. Vidal, o Gigi (Jeanneau 45) do Zeca Bohrer, o Charlie Bravo do Fofô Paulo, além do Barba Negra do Com. Manotaço, este se beneficiando na descida de um balão monstruosamente grande para o tamanho do barco (um 32'), armado bem ao tope do mastro (depois ficamos sabendo que o tal balão anteriormente pertenceu ao ex-IOR racer Resgate, de 40').


Foto do 'pega' do Alegria com Friday Night (divulgação VDS)

A descida toda até o farolete 114 foi cheia de buracos de vento, com cada um buscando evitá-los da melhor forma. No nosso barco a briga era interna mesmo, pois popa rasa com vento fraco é uma condição de muita desvantagem para o nosso gennaker de 85m2. Como comparação, o Alegria é um barco idêntico e anda com um balão simétrico de cerca de 105m2, o que faz uma baita diferença. Desse jeito seguimos brigando bem na descida até a entrada do canal de Itapuã, mas sem muita mágica para fazer, de forma que o pelotão da frente foi aos poucos se distanciando.


Foto: divulgação VDS


Aliás, registro que essa descida do Velejaço Farroupilha me acendeu a idéia de investir em um balão para o Friday Night.

Recuperação Foto: divulgação VDS
Montamos o farolete em quinto, atrás do Alegria, Charlie Bravo, Gigi e Barba Negra, mas logo na descida do gennaker a adriça do mesmo teimou em não descer. Tivemos que subir o ferrugem no mastro, perdendo alguns minutos preciosos em que já deveríamos estar voltando de contravento, sendo que nessa manobra fomos também ultrapassados pelo Raio de Luar do Com. Cylon Rosa. Descobri que o gato da adriça do gennaker, recém trocado, ficou um pouco pequeno e estava acavalando no moitão de retorno no alto do mastro, vou ter que providenciar uma bolacha como as das escotas para evitar que isso aconteça novamente.

Estávamos então em 6º, com toda a volta pela frente, mas cheios de vontade e energia, sendo que a esta altura entrou a tal chuva mais forte e o vento firmou em 10-12K, da mesma direção N-NW. Registre-se também que todos muito bem alimentados a bordo, graças à eficiente pilotagem do forno com o Tio Cacá, que providenciou duas maminhas ao forno que estavam deliciosas.

O contravento mais firme terminou animando a galera, quando decidimos iniciar o retorno pela margem oeste do rio, correndo a batimétrica (te mete!) e contornando os bancos das pontas do Salgado e da Ceroula, de forma a escapar da boa correnteza que descia, que fatalmente viria a prejudicar quem optasse por atravessar o canal naquele momento.

A partir daí deu-se nossa grande recuperação. Logo que acertamos a questão da descida do gennaker passamos o Raio de Luar, enquanto que o Alegria e o Charlie Bravo cruzaram o rio para leste, indo buscar uma rondada de vento que nunca chegou. Chegamos a andar lado a lado com o Alegria por um bom tempo na altura da ilha Chico Manoel, com os dois barcos andando incrivelmente igual, apenas com eles bem mais a barlavento. Eles então decidiram mais uma vez buscar um leste, ficando emburacados lá pela altura de Belém Novo, enquanto que o vento seguia firme em N-NW, bem como a chuva, ao anoitecer.

Fita Azul
Nessa manobra ficaram o Alegria e o Charlie para o leste, o Barba Negra foi superado no andamento de contravento mesmo, já na altura da Ponta Grossa, a esta altura da navegada com tudo já totalmente escuro e a chuva pegando forte. A partir daí passamos a monitorar o Gigi tanto no visual quanto no radar, caprichando no ângulo dos bordos já que havia muitas rondadas, sempre entre N e NW. Passamos o Gigi em uma dessas cambadas caprichadas já perto da ilha do Presídio, nos encaminhando para a chegada gloriosa como o fita azul no farolete 134.

Foi uma espetacular navegada, a galera com o alto astral de sempre, sem se deixar abater pelo tempo ruim ou posição, felizmente revertida no final.

Faremos outras...