quinta-feira, 9 de abril de 2009

08/04/2009 - Os Trapalhões Fita Azul

Esse foi o terceiro Velejaço Noturno da temporada, essa baita iniciativa do Veleiros para fazer o pessoal se mexer no meio da semana, sendo que dessa vez com uma belíssima lua cheia e um vento S-SE de 8-12K.

Fomos com este comandante, o Ferrugem, Barba Ruiva, Capucha e o Diego Quevedo, este último velejador regatista e meu parceiro de Snipe do passado, mas que andava meio desativado nos últimos anos.

Como o clube antecipou a largada para às 19:30 pedi ao Inútil #1 Ferrugem que fizesse a inscrição, sendo que no meu entendimento isso significava também estar com o edital da regata a bordo. Cheguei queimadíssimo no horário, ainda de terno e gravata, sendo que fui trocando de roupa à medida em que o pessoal já foi saindo do trapiche e se dirigindo à raia.

Para onde é a largada mesmo??
Assumi o leme já após o início da sinalização sem a menor idéia de para onde seria a largada, foi então que descobri que a tripulação também não tinha a menor idéia pois nós simplesmente não tínhamos o edital a bordo.

Nos preparamos para largar para norte no rumo do farolete 142 e quando vimos que algo estava esquisito na linha de largada, com todos os cerca de 20 barcos indo para o lado errado... OOPS... Eles todos errados e somente nós os certos??? Será???

Claro que a largada era para oeste, no rumo do par da Piava (farolete 140), ficamos então atravessados no meio da linha e por muita sorte não batemos em ninguém naquela que seria a nossa primeira trapalhada da noite.

Subindo o balão pelo pé
Como o novo rumo pedia o balão, fomos correndo preparar a montagem da vela, armada pelo nosso proeiro Barba Ruiva (Inútil #4), que a subiu lindamente... pelo pé!!! Coisa mais bacana um balão subindo pelo pé... Eles merecem o apelidinho carinhoso, mesmo!!! Desce tudo e arma tudo novamente, até vou considerar a desculpa de que a vela não estava passada.


O proeirinho Barba Ruiva, subidor de balão pelo pé...

Refeitos da segunda trapalhada (ainda bem que no escuro pouca gente viu!) saímos atrás do prejuízo, já com a metade da flotilha de 18 barcos na nossa frente até a primeira montagem.

A subida até a ponta do Gasômetro foi muito boa (ainda que com trapalhadinhas de menor importância), iniciando com a opção de um bordo mais a sotavento, no qual já traçamos boa parte da turma que ficou mais encalmada na altura da ponta do estaleiro. Depois do farolete 142 do (glorioso) Beira-Rio fomos de balão de novo, em um gostoso través de 10-12K com o barco bem adernado e rendendo bem seus 7-8K de velocidade.

Comendo o mingau pelas beiradas
Contornamos a boia luminosa (luminosa nada, todas apagadas de novo...) 137 já em quarto, atrás do Angela II (Beneteau 50') do comandante Renato Plass, o Delírio do Zé Feio e o C'est La Vie, este a primeira vítima em uma bela atrolelada por sotavendo mesmo, nas imediações da bóia 135. Registro que essa atropelada nada mais era que a nossa obrigação, diga-se de passagem, comparando-se os barcos.

Diegão e a popa da vasta cabeleira do Ferrugem

A próxima ultrapassagem foi no Delírio, também por sotavento na perna entre o farolete 142 e o par da Piava, que já contornamos em segundo mas ainda alguns bons minutos atrás do "grandão" Angela II. Aliás, foi justamente ser "grandão" o que atrapalhou os caras, quando o vento baixou um pouco para 5-6K e eles começaram a render menos com o barco pesadão e lento de manobras. Mesmo com a tripulação experiente (eles acabaram de atravessar o Atlântico duas vezes) a turma não conseguia render na merreca, o que foi dando esperança para nós que vínhamos logo atrás.

Fomos comendo o mingau pelas beiradas, cambada por cambada, ultrapassando nossos amigos do Angela II a poucos metros da linha de chegada defronte ao clube, terminando com uma vantagem de poucos segundos ao cruzarmos a linha em primeiro. O próprio C'est La Vie também rendeu mais no vento fraquinho e encostou na turma da frente, dando um bafo na nuca do Angela II, que garantiu o segundo lugar por apenas 1 segundo (!) de vantagem, já em uma manobra ao cruzar a linha.

O Veleiros recebeu todos os velejadores com um jantar e o comandante Renato Plass gentilmente nos ofereceu uma rodada de chopp pela vitória, devidamente brindada com o tríplice "Hip Hip Hurra" liderado pelo Ministro do Chopp dos cruzeiristas, o grande comandante Henrique Ilha do Aquariano.


Os Inúteis (eu inclusive, claro!) estão de parabéns pela Fita Azul. A velejada estava muito legal, faremos muitas outras, talvez com menos trapalhadas...



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PS do Comandante: depois dessas aventuras resolvi dar uma "decorada" no tope do balão e devo fazer o mesmo no gennaker, just in case...