Nada mau para quem reclamava de pouco vento nas últimas saídas...
Pediu vento?? Então leva!!
Eolo nos brindou com um belo vento na edição 2009 do Velejaço Farroupilha, a regata para barcos não medidos que ocorre simultaneamente ao Troféu Seival, a prova mais tradicional da vela gaúcha. Até um pouquinho demais, para falar bem a verdade...
No começo da manhã já tínhamos 12-15 nós de oeste no trapiche do clube, uma indicação clara de que aquele vento iria crescer, o que terminou acontecendo mesmo.
Fomos para a regata com este comandante e a tripulação formada pelo Ferrugem, Magrão Gói, Barba Ruiva, Guga, Sergio Capucha e o Jorge, nosso psiquiatra de bordo. Distribuímos as tarefas dos mantimentos entre a turma toda e já saímos na largada às 11hs com uma picanha especial assando no forno.
Competimos pela classe dos Delta 36, que infelizmente tinha só 3 barcos na raia, além de nós o Taj Mahal do comandante Flavio Porto e o Oceanics, do comandante Francesco Colombo.
A largada foi nas imediações do Gasômetro, às 11hs, com o vento oeste já batendo na casa dos 20K, com 25K na rajada. A largada foi embolada, com os barcos maiores muito embalados e atropelando alguns pequenos que já andavam “pendurados” com o ventão. Conseguimos sair um pouquinho na frente dos nossos adversários e já fomos tratando de arrumar um vento limpo no meio daquela confusão toda. Em uma dessas panejadas e atravessadas nosso defletor de radar terminou “desistindo” da regata e foi devidamente arremessado na água.
Pediu vento?? Então leva!!
Eolo nos brindou com um belo vento na edição 2009 do Velejaço Farroupilha, a regata para barcos não medidos que ocorre simultaneamente ao Troféu Seival, a prova mais tradicional da vela gaúcha. Até um pouquinho demais, para falar bem a verdade...
No começo da manhã já tínhamos 12-15 nós de oeste no trapiche do clube, uma indicação clara de que aquele vento iria crescer, o que terminou acontecendo mesmo.
Fomos para a regata com este comandante e a tripulação formada pelo Ferrugem, Magrão Gói, Barba Ruiva, Guga, Sergio Capucha e o Jorge, nosso psiquiatra de bordo. Distribuímos as tarefas dos mantimentos entre a turma toda e já saímos na largada às 11hs com uma picanha especial assando no forno.
Competimos pela classe dos Delta 36, que infelizmente tinha só 3 barcos na raia, além de nós o Taj Mahal do comandante Flavio Porto e o Oceanics, do comandante Francesco Colombo.
A largada foi nas imediações do Gasômetro, às 11hs, com o vento oeste já batendo na casa dos 20K, com 25K na rajada. A largada foi embolada, com os barcos maiores muito embalados e atropelando alguns pequenos que já andavam “pendurados” com o ventão. Conseguimos sair um pouquinho na frente dos nossos adversários e já fomos tratando de arrumar um vento limpo no meio daquela confusão toda. Em uma dessas panejadas e atravessadas nosso defletor de radar terminou “desistindo” da regata e foi devidamente arremessado na água.
Nossa largada, espremidos entre o Manatee e a comissão de regatas (foto: Guili Roth)
Saímos de través com toda a vela grande e a genoa 2, mas já em seguida tivemos que dar o primeiro rizo na grande, um pouco antes do farolete 142 defronte ao glorioso Beira-Rio. Da bóia inflável defronte ao Veleiros até o farolete 134 seria uma orça bem na cara, então já passamos pelo clube enrolando a G2 e colocando nossa guerreira G3 trinqueta no estai intermediário. Dessa forma fomos levando o barco mais equilibrado no contravento, com as rajadas já batendo na casa dos 30K.
Todo desarrumado na montagem defronte ao VDS, com o Taj Mahal aparecendo ao fundo (foto: Guili Roth)
Voando baixo na descida
Finalmente arribamos, recolocamos a G2 e tiramos o rizo no farolete 134, para iniciar uma longa e espetacular descida de cerca de 14 milhas em través folgado e ¾ de popa até o farolete 114, já na entrada do Canal do Junco, chegando em Itapuã. Nessa hora tínhamos uma decisão tática entre descer pelo canal com correnteza a favor ou ir pelo caminho mais curto da Ponta Grossa, porém sem a corrente empurrando.
Finalmente arribamos, recolocamos a G2 e tiramos o rizo no farolete 134, para iniciar uma longa e espetacular descida de cerca de 14 milhas em través folgado e ¾ de popa até o farolete 114, já na entrada do Canal do Junco, chegando em Itapuã. Nessa hora tínhamos uma decisão tática entre descer pelo canal com correnteza a favor ou ir pelo caminho mais curto da Ponta Grossa, porém sem a corrente empurrando.
A bela balonada do Aquavit, que infelizmente foi curta e não terminou tão bem
Terminamos fazendo um meio-termo, descendo um pouco mais a leste do canal de navegação mas ainda com uma boa correnteza ajudando. Optamos nesse trecho por manter a G2 e no máximo colocar uma asa de pomba quando o ângulo ficou mais aberto, já que os poucos que se aventuraram de balão não estavam exatamente se dando muito bem (o pessoal que conserta velas deve ter feito a festa...). Fizemos esse trecho em 1h36min, com espetacular média de 9,1K, muitas vezes descendo ondas a mais de 11 nós (chegamos a medir no GPS 12,6K em uma surfada, recorde absoluto do barco).
Um dos registros do velocímetro (chegamos a marcar 12,6kts)
Longo e tenebroso contravento
Montamos o 114 exatamente às 14:05 e iniciamos a longa e cansativa subida, de contravento bem na cara e umas ondas bem chatas, altas (para os padrões do Guaíba, claro!) e curtas, forçando a turma a uma posição bem incômoda na borda, tomando vários banhos ao longo do caminho. Pelo menos o pessoal estava bem alimentado, com as duas maminhas e a picanha que comemos na descida.
A mesma distância que fizemos voando na descida nos tomou 3h15min na volta, praticamente o dobro do tempo. Nesse trecho fomos administrando a distância conseguida com relação ao Taj Mahal, subindo de novo com a G3 trinqueta. Depois de várias cambadas pelo Arado e Ponta Grossa, cruzamos a linha de chegada novamente do farolete 134 às 17:20, com o Taj Mahal do comandante Flavio chegando uns 7 minutos atrás de nós, após uma navegada bem agressiva cortando caminho por dentro da ilha Chico Manoel e perigosamente perto (ao menos parecia, do nosso ângulo) das pedras do arado. O terceiro D36, o Oceanics, estava com pouca tripulação e não chegou a completar o percurso.
Agarrando o trapiche à unha
Chegamos depois de 6 horas de regata, brindados pelos cachorros-quentes especiais do Capucha, nosso “italiano safado”. Na chegada ao clube mais um pouco de emoção, pois o motor não pegou e fomos obrigados a entrar à vela mesmo, segurando o barco à unha no trapiche da piscina. Provavelmente deve ter entrado um pouco de água pelo escapamento depois de termos andado tanto tempo adernados, então preferi não forçar o arranque para evitar o risco de um calço hidráulico.
No fim foi uma navegada espetacular e até com poucos danos, que se limitaram ao defletor “arremessado”, à valuma da G3 e à janela do dog house descosturadas. Menos sorte tiveram outros, com velas bem mais rasgadas e até mastros quebrados, como o caso do nosso amigo Fofô Paulo com o seu Charlie Bravo.
Agora que matamos as saudades do ventão vamos torcer para que a próxima seja um pouquinho mais calma, só para a galera andar mais relaxada...
Registro o agradecimento aos ilustre “Inúteis” a bordo, pela faina e pelas habilidades culinárias, em especial ao Guga que nos brindou com um jogo de camisetas do barco.
Faremos outras!!
Fred
Vejam os 2 videos do cinegrafista Magrão Gói nos momentos de "vai que é um Dodge" da descida...
... e esse aqui do Barba Ruiva, que mostra bem o nosso contravento na volta.
Essa aqui é para ninguém dizer que a turma mente (notem que cada leg speed é a média de cada intervalo de 10 segundos - o leg time - entre 2 track points)
Blza Fred mto legal a descrição. Foi isso ai mesmo. Abço
ResponderExcluirFrancesco Colombo Filho - Oceanics