Como anteciparam a largada para as 19:30 cheguei queimadíssimo do trabalho e já fomos saindo do trapiche enquanto eu trocava de roupa no barco mesmo. A tripulação teve este comandante, o Wally, Barba Ruiva, Capucha e o Cassio Ostermayer, nosso multimídia de cozinheiro, cinegrafista e assessor de assuntos aleatórios e variados.
Velejada “no limite”
Largamos defronte ao clube em direção à bóia 137, na imediações do Gasômetro. Com o vento leste de 10-15K optamos por fazer este percurso de Gennaker, embora o ângulo do vento estivesse um pouco apertado para esta vela.
Barba Ruiva assustado na largadaFoto: divulgação VDS
Com a atenção redobrada no trimmer do Gennaker e da grande, no limite para perder o leme e quase atravessando em alguns momentos, chegamos na bóia de retorno em terceiro lugar, atrás apenas dos grandões Ângela (50’) e Haitabu (45’).
Tio Cacá concentrado na borda
Na volta conseguimos segurar bem a turma de trás até o farolete 142 defronte ao Beira-Rio, mas o vento deu uma merrecada no meio do caminho até o 140 -par da Piava- e a nossa vantagem começou a desandar.
O primeiro bafo na nuca veio do Xerife, um 37’ de regatas de década de 80, que anda muito no ventinho fraco e começou a chegar rápido, enquanto íamos nos arrastando já com um vento muito fraco. Faltando uma milha para o par da Piava tomamos a decisão errada de não recolocar o Gennaker ou até mesmo o balão, o que foi fatal para já levarmos uma comida do Delírio, que vinha por baixo com um balãozinho bem armado e puxador.
A correnteza nos fez entrar muito arribados e sem velocidade no farolete 140, dando espaço para o Xerife já nos dar uma matada na montagem.
Chocolate geral na última perna
Esta última perna até a chegada no clube foi lamentável, de orça na cara e quase nada de vento. Ficamos algumas vezes em buracos de vento enquanto que outros barcos que optaram por um rumo mais aberto nunca ficaram desventados e terminaram se saindo muito melhor.
O Friday Night está pesado e também nós mesmos não velejamos nada neste final. Já estava bem escuro e nem a lanterna para iluminar as fitinhas das velas estava funcionando como deveria. No final fomos ultrapassados pelo o D36 Molokai – com o Norton e tudo! – , o trimarâ Meia-Noite e um J24, estes levíssimos, levando ainda a matada final do Maragato já em cima da linha, por míseros 2 segundos.
“Cavalo de chegada!”
Olhando depois confesso que me faltou malandragem na chegada na linha, quando estávamos com direito e eu poderia ter arribado o barco para fechar a porta para o Maragato. Não fiz isso e os caras terminaram tendo espaço para enfiar o bico e nos faturar pelos tais 2 segundos, méritos do Mauro Penter e do imediato Manotaço, não exatamente novatos no ramo.
“– Cavalo de chegada“, gritou o Manotaço ao cruzar a comemorar a cruzada da linha na nossa frente, pelo photochart.
No final terminamos em 9º, uma performance lamentável pela competição em si mas que em nada diminuiu o nosso divertimento. E ainda aprendemos umas coisinhas, como a tal história de que vale sim colocar o balão na merreca, mesmo que para uma perna bem curta. Terminamos jantando no clube com toda a turma após a rebeldia do Barba Ruiva e os comentários técnico-científicos do Cássio, ambos nos vídeos abaixo:
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